Mas como diz a sabedoria popular, "o mundo dá voltas... e não há mau que sempre dure", heis que surge uma luz no fim do túnel. Há aproximadamente quatro anos atrás, um cuiqueiro da Estácio de Sá chamado Felipe, aluno do grande Carlinhos da Cuica, participou de uma formatura militar e notou que as medalhas de condecoração dos formandos eram ornadas por uma fita parecida com a fita de gorgorão, até então sob sério risco de extinção. Ele procurou saber quem havia confeccionado aquelas fitas nas medalhas dos militares e chegou ao Célio Soares, atualmente o único fabricante da fita de gorgorão adequada para tocar cuica. O Felipe mostrou ao Célio um pedaço da fita produzida da antiga fábrica Suíça, onde coincidentemente o Célio já havia trabalhado tempos atrás, e propôs a retomada da fabricação. Eles fizeram algumas experiências na trama entre o algodão e a viscose, que são os dois componentes têxteis do gorgorão, até chegar ao padrão atual. O algodão fica no interior da trama mantendo o pano úmido, enquanto que a viscose dá o atrito no gambito. É possível encontrar no mercado um tipo de gorgorão feito de poliéster, mas que não serve para tocar cuica porque é impermeável e não fricciona o gambito a ponto de fazer a pele da cuica vibrar e emitir o som. Existe um teste para saber se o gorgorão é do bom ou não. Basta pegar um isqueiro e queimar o gorgorão. Se o fogo pegar igual em cabelo, queimando rápido, é poliéster. Mas se o fogo demorar um pouco a queimar, tipo uns três segundos, é o gorgorão de algodão e viscose.
Intro
Bem vindo ao blog Cuiqueiros, um espaço exclusivamente dedicado à cuica – instrumento musical pertencente à família dos tambores de fricção – e aos seus instrumentistas, os cuiqueiros. Sua criação e manutenção são fruto da curiosidade pessoal do músico e pesquisador Paulinho Bicolor a respeito do universo “cuiquístico” em seus mais variados aspectos. A proposta é debater sobre temas de contexto histórico, técnico e musical, e também sobre as peculiaridades deste instrumento tão característico da música brasileira e do samba, em especial. Basicamente através de textos, vídeos e músicas, pretende-se contribuir para que a cuica seja cada vez mais conhecida e admirada em todo o mundo, revelando sua graça, magia, beleza e mistério.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012
O pano (gorgorão)
Mas como diz a sabedoria popular, "o mundo dá voltas... e não há mau que sempre dure", heis que surge uma luz no fim do túnel. Há aproximadamente quatro anos atrás, um cuiqueiro da Estácio de Sá chamado Felipe, aluno do grande Carlinhos da Cuica, participou de uma formatura militar e notou que as medalhas de condecoração dos formandos eram ornadas por uma fita parecida com a fita de gorgorão, até então sob sério risco de extinção. Ele procurou saber quem havia confeccionado aquelas fitas nas medalhas dos militares e chegou ao Célio Soares, atualmente o único fabricante da fita de gorgorão adequada para tocar cuica. O Felipe mostrou ao Célio um pedaço da fita produzida da antiga fábrica Suíça, onde coincidentemente o Célio já havia trabalhado tempos atrás, e propôs a retomada da fabricação. Eles fizeram algumas experiências na trama entre o algodão e a viscose, que são os dois componentes têxteis do gorgorão, até chegar ao padrão atual. O algodão fica no interior da trama mantendo o pano úmido, enquanto que a viscose dá o atrito no gambito. É possível encontrar no mercado um tipo de gorgorão feito de poliéster, mas que não serve para tocar cuica porque é impermeável e não fricciona o gambito a ponto de fazer a pele da cuica vibrar e emitir o som. Existe um teste para saber se o gorgorão é do bom ou não. Basta pegar um isqueiro e queimar o gorgorão. Se o fogo pegar igual em cabelo, queimando rápido, é poliéster. Mas se o fogo demorar um pouco a queimar, tipo uns três segundos, é o gorgorão de algodão e viscose.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Prêmio Top Blog Brasil
Cuiqueiros e cuiqueiras do Brasil e do mundo, nosso blog está concorrendo ao Prêmio Top Blog Brasil 2012. Peço o voto de todos vocês, que poderá ser feito de três maneiras: por e-mail, pelo Facebook e pelo Twitter. Mas atenção, uma dessas formas de votação não necessariamente exclui a outra. Ou seja, cada pessoa poderá votar até três vezes. Basta clicar nessa imagem aqui à direita e seguir as indicações. Conto com o voto de vocês!