Nos anos 60, era a Secretaria de Turismo da Cidade do Rio de Janeiro que ficava a frente dos preparativos para o carnaval, incluindo a decoração das ruas, a organização do desfile das agremiações carnavalescas, a criação e distribuição de material promocional e outras providências para o acontecimento da festa. Para 1967, a Secretaria resolveu escolher um gato como símbolo daquele carnaval. A justificativa dada pelo Secretário Carlos Laet pela escolha não poderia parecer mais inusitada: “É ele o maior sacrificado da folia, pois de sua pele fazem-se as cuicas e os tamborins que também marcam o ritmo contagiante das escolas de samba e dos denominados blocos que desfilam nas ruas cariocas no tríduo da folia”. Para dar vida a este infausto felino foi convidado o já famoso cartunista Ziraldo, que mesmo achando a justificativa oficial “um tanto trágica”, cria uma figura alegre, elegante e carnavalizada, registrando sutilmente no jogo de cores a nefasta sina do animal que toca um instrumento feito do seu próprio couro.
Achei muito bacana essa observação sobre as cores em tons avermelhados escolhidas pelo Ziraldo para representar "o maior sacrificado da folia", como disse o então Secretário de Turismo. Essa história de que a pele de gato costumava ser utilizada na cuica já foi abordada aqui na postagem Couro de gato, vale conferir! Mas a real motivação desse novo post é inaugurar uma série de publicações onde apresentarei discos que trazem alguma representação da cuica na capa ou algum registro fonográfico significativo do instrumento.
CAPA - O baile do gato |
CONTRACAPA - O baile do gato |
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