Divulgação do Espaço Batuque Digital - Live com Jota da Cuíca |
Intro
Bem vindo ao blog Cuiqueiros, um espaço exclusivamente dedicado à cuica – instrumento musical pertencente à família dos tambores de fricção – e aos seus instrumentistas, os cuiqueiros. Sua criação e manutenção são fruto da curiosidade pessoal do músico e pesquisador Paulinho Bicolor a respeito do universo “cuiquístico” em seus mais variados aspectos. A proposta é debater sobre temas de contexto histórico, técnico e musical, e também sobre as peculiaridades deste instrumento tão característico da música brasileira e do samba, em especial. Basicamente através de textos, vídeos e músicas, pretende-se contribuir para que a cuica seja cada vez mais conhecida e admirada em todo o mundo, revelando sua graça, magia, beleza e mistério.
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
Cuíca [AO VIVO]
domingo, 22 de novembro de 2020
Dez anos sem Ovídio Brito
Mas nenhuma reverência seria capaz de expressar a relação entre Ovídio, sua cuíca e o samba com tanta profundidade quanto o testemunho pós morte que o próprio Ovídio enviou, pouco tempo depois de sua partida, numa carta psicografada dirigida à sua grande amiga Bianca Calcagni, confiando a ela, no exercício de sua fé, a mensagem abaixo (que Bianca lê e comenta no vídeo em seguida):
sábado, 31 de outubro de 2020
A cuíca no podcast "Nó na Garganta"
O programa Nó na Garganta, da Escola de Choro de São Paulo, lançou recentemente dois excelentes episódios dedicados à cuíca.
O primeiro compõe a série Telecotecos Africanos e Brasileiros, que investiga traços de DNA africano na música brasileira tomando o famoso "telecoteco" do samba e do choro como filamento genético dessa relação.
Partindo da audição de um belo solo de cuíca executado pelo magistral Alfredo Castro e de uma incrível gravação de puíta registrada em Angola pelo pesquisador Gerhard Kubik, o programa segue um trajeto de reflexões instigantes pautadas em valiosos documentos sonoros.
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
Homenagem a Zeca e Marçal
Zeca da Cuíca | Fonte - @utopicas_colagens |
terça-feira, 21 de abril de 2020
Vídeo 24 - 10º encontro de cuiqueiros do RJ
segunda-feira, 30 de março de 2020
A cuíca nas baterias universitárias
Reza a lenda que a expressão "escola de samba" surgiu de uma analogia feita pelo compositor Ismael Silva entre o bloco Deixa Falar, criado por ele e seus amigos no bairro carioca Estácio de Sá, e a Escola de Normalistas situada no mesmo bairro, que formava professoras para os colégios do município. Ismael via os bambas da Turma do Estácio como "professores" e o Deixa Falar seria a "escola" onde eles ensinavam samba. Mas há quem duvide que a expressão tenha surgido deste insight do sambista, afirmando ser mais provável que o famoso rancho Ameno Resedá, conhecido como "rancho escola" antes do Deixa Falar existir, tenha inspirado a denominação que os sambistas passaram a usar em suas agremiações. De todo modo, o que há de mais significativo na origem dessa expressão é o fato de vincular uma prática cultural marginalizada - o samba - a uma instituição socialmente respeitada - a escola. Segundo o historiador Luiz Antônio Simas, na década de 1920, enquanto os sambistas buscavam pavimentar caminhos de aceitação social, o Estado procurava disciplinar as manifestações culturais das camadas populares. A expressão "escola de samba", portanto, independente de como surgiu, possivelmente logo se firmou por sintetizar um grave dilema social, equilibrando os interesses do Estado e dos sambistas naquela época. Desde então, outras expressões ligadas ao sistema educacional foram assimiladas ao universo do samba, como o termo "acadêmicos", presente no nome de várias agremiações, o termo "mestre", dado aos regentes das nossas orquestras e, mais recentemente, com as jovens e irreverentes baterias universitárias, que levam esse jogo de palavras, na prática, para muito além do vocabulário.
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Fundada em 2007 na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo - EACH-USP, a Bateria Bandida não hesita em ostentar o prestígio de ter a chorona em sua formação, o que fica evidente em seu brasão e também no seu lema: se a cuíca chorou é o Bonde da Leste! A swingueira que sacode a torcida EACHiana! O primeiro diretor das cuícas do Bonde da Leste, Renan Costa, nos deu um interessante relato sobre a representatividade da Bandida no cenário universitário e o quanto isso se deve à sua própria atuação e pioneirismo, como se observa nesse trecho da nossa conversa:
O protagonismo da cuíca na Bateria Bandida, apesar de ainda não se refletir em outras baterias universitárias, tem reverberado de forma bastante efetiva no meio das escolas de samba. O próprio Renan, por exemplo, é o atual diretor de cuíca na Unidos de Vila Maria e sua substituta na direção das choronas na Bateria Bandida, Alice Caliento, mais tarde saltaria do Bonde da Leste para liderar o histórico naipe formado só por mulheres na Acadêmicos do Tatuapé.
Outra forma da Bandida demonstrar o quanto a cuíca é importante em sua formação se dá por meio de um momento em suas apresentações chamado "chora cuíca", um breque especialmente reservado para o destaque das choronas, recriado a cada ano em novas convenções. O vídeo abaixo registra o "chora cuíca" de 2014, apresentado no torneio Balatucada. Com ele encerramos essa postagem torcendo que seu título - no plural - um dia faça sentido em gênero, número e grau. Vida longa à Bandida! Chora cuíca!!!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
Osvaldinho da Cuíca - 80 anos
Muito mais do que um ícone para a cultura da cuíca, Osvaldinho herdou o posto de autêntico símbolo do samba paulista, equiparando-se a nomes como Geraldo Filme, Henricão, Adoniran Barbosa e Germano Mathias, dos quais continua sendo um discípulo fiel. A passagem pelo conjunto Demônios da Garôa foi um importante acontecimento em sua ascensão artística, bem como a constante atuação em diversas frentes da Vai-Vai, sua escola do coração, por três vezes campeã com sambas de sua autoria, dos seis que ele teve a felicidade de cruzar a avenida sambando com a maestria digna de um genuíno mestre-sala. Sua trajetória é também marcada pela discografia que apresenta seu valioso trabalho autoral (num total de sete discos) e ainda pela grande contribuição à preservação da memória do samba em publicações como Batuqueiros da Paulicéia, do qual é coautor. Já o livro Sampa, Samba, Sambista, de Maria Aparecida Urbano, narra a vida desse grande artista de forma muito mais detalhada do que cabe na singela homenagem que prestamos aqui. Devemos ser gratos ao tempo por dar ao nosso mestre tamanha longevidade. Osvaldinho chega aos 80 anos de vida, mas há muito que seu nome já se tornou eterno. Viva Osvaldinho da cuíca! Viva o nosso mestre!