ERRATA
Alguns acréscimos e correções importantes foram feitos nessa postagem sobre coisas publicadas anteriormente a ela. Dentre as correções, uma se refere justamente à postagem citada acima, e ainda é seguida de um vídeo incrível com cenas do Boca de Ouro tocando sua cuica.
A cuica no jazz
Essa foi uma das postagens que mais gostei de fazer aqui no blog. Acho que a cuica é um instrumento capaz de se adequar a qualquer gênero ou estilo musical, e nessa postagem podemos constatar a presença dela no universo do jazz. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, sugiro que revejam também a postagem A cuica na música erudita.
Aqui nós temos um dos registros cuiquísticos mais preciosos já feitos até hoje. Trata-se de uma conversa musical entre dois dos principais cuiqueiros da história, Ministrinho e Mestre Marçal. Suas cuicas dialogam, riem, brincam, cada uma com seu sotaque, sua malandragem, seu balanço. Ouçam com atenção o que elas estão dizendo.
O que seriam dos cuiqueiros sem as passistas e das passistas sem os cuiqueiros? Não é difícil responder essa questão, pois certamente o som das cuicas não seria tão alegre sem o rebolado das passistas, e sem elas os cuiqueiros não se inspirariam tanto para tocar suas cuicas com tanta alegria.
Nessa postagem, podemos verificar o quanto a sonoridade da cuica foi se modificando no decorrer do tempo. Sugiro que vejam também uma outra postagem que enriquece esse estudo sobre a evolução sonora da cuica (Vídeo 8 - Jam da Silva et la cuica). Esse post trás um vídeo onde o músico Jam da Silva nos mostra o quanto a cuica se encaixa bem com o uso de novas tecnologias. Particularmente, acho que a cuica é um instrumento com uma natureza altamente tecnológica, quer dizer, que ela já possui em si uma tecnologia própria, e muito complexa. A pele, o gambito, a estrutura metálica, a relação entre esses elementos, o processo de afinação, enfim, são muitas coisas que exigem um estudo quase que científico por parte dos cuiqueiros, que o fazem, na maioria das vezes, sem se darem conta do quanto a cuica é um instrumento cheio de questões interessantes para refletir.
Os comentários feitos por alguns leitores contribuíram muito para encontrarmos a resposta da questão suscitada no título dessa postagem. Mas quem tiver alguma outra opinião a esse respeito, por favor, pronuncie-se também. Comentários são sempre muito bem vindos, aliás, em todas as postagens!
E por falar em comentário, essa é a postagem com o maior número de comentários dentre todas as postagens deste blog. Inclusive, o último comentário que está lá foi feito pelo amigo Wadinho Xavier, onde ele diz o seguinte: "Não sei colocar o gambito da minha cuica. O que faço?" Alguém se candidata a ajudá-lo?
Considero essa postagem como uma das mais especiais que já publiquei aqui no blog, mas também dentre as que ainda serão feitas futuramente, tamanha a importância de seu conteúdo. Nela, cito dois nomes muito importantes, mas que infelizmente pouca gente conhece. Falo do Djalma Sabiá e do J. Muniz Jr., dois verdadeiros "arquivos vivos" da história do samba, tanto pelas memórias que eles guardam em suas lembranças, quanto pelos documentos, fotografias e diversos registros que mantém preservados em suas casas. Tive o imenso privilégio de conhecê-los graças ao Sr. Zeca da Cuica, que foi quem me orientou a procurar o Djalma Sabiá, e o Osvaldinho da Cuica, grande amigo do J. Muniz Jr., de quem eu primeiro ouvi falar neste nome. Portanto, agradeço ao Sr. Zeca e ao Osvaldinho, que além de me passarem diversas informações sobre cuica já publicadas aqui no blog, ainda me apresentaram essas duas pessoas tão importantes. Muitas questões cuiquísticas que abordarei no ano que vem, pesquisei e aprendi nos encontros que tive com o Sabiá e com o J. Muniz. Vem muita coisa boa pela frente! Então, até lá meus amigos. Felicidades a todos!
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