Intro

Bem vindo ao blog Cuiqueiros, um espaço exclusivamente dedicado à cuica – instrumento musical pertencente à família dos tambores de fricção – e aos seus instrumentistas, os cuiqueiros. Sua criação e manutenção são fruto da curiosidade pessoal do músico e pesquisador Paulinho Bicolor a respeito do universo “cuiquístico” em seus mais variados aspectos. A proposta é debater sobre temas de contexto histórico, técnico e musical, e também sobre as peculiaridades deste instrumento tão característico da música brasileira e do samba, em especial. Basicamente através de textos, vídeos e músicas, pretende-se contribuir para que a cuica seja cada vez mais conhecida e admirada em todo o mundo, revelando sua graça, magia, beleza e mistério.

(To best view this blog use the Google Chrome browser)

domingo, 1 de junho de 2014

Livro: Samba, Cuíca e São Carlos

Estive no lançamento do livro Samba, Cuíca e São Carlos há pouco mais de um mês e pude conversar com o autor, Carlos Nogueira, sobre uma questão que me deixou curioso: a palavra cuíca no título da obra. Apesar de tal fato sugerir que o texto contenha algo sobre o nosso estimado instrumento musical, na verdade há pouco nesse sentido. O livro é um interessante documento sobre o Morro de São Carlos e sua importância na história do samba e do carnaval. Segundo o autor, a cuíca entra no título porque "simboliza a alma do samba e sua sonoridade mimetiza a dor daqueles que ajudaram e continuam a construir o Brasil".


Em Samba, cuíca e São Carlos, Carlos Nogueira reconstrói a memória social do Morro de São Carlos, localizado no Estácio, bairro da cidade do Rio de Janeiro onde foi fundada a primeira escola de samba, a Deixa Falar, em 1928, e lugar de resistência e afirmação da identidade afro-descendente.

Nogueira começa a frequentar o Morro de São Carlos em 1998, quando passa a conviver e colher depoimentos de seus moradores, remanescentes da escola de samba Unidos de São Carlos. O autor conversou com compositores, passistas, personagens lendários do São Carlos, como Marly do Estácio, Zacarias, Sidney Conceição, Jorge Cabo, Oliviel, Mago, Wanderley Caramba, Zeca da Cuíca e muitos outros, recompondo assim a memória de uma das favelas mais antigas da cidade e do bairro no qual se localiza.

Nesse percurso, Nogueira também aborda a diversidade étnico-cultural da cidade do Rio de Janeiro nos idos da década de 1920, as políticas de higienização do governo de então e o surgimento do samba urbano carioca. 

A importância da Praça Onze, os carnavais, o Morro de São Carlos, os enredos da Unidos de São Carlos e da Estácio de Sá são objetos deste livro, em que seu autor nos traça um precioso roteiro do processo de surgimento de um dos nossos patrimônios culturais mais valiosos – o samba.

Carlos Nogueira nasceu no Rio de Janeiro. É graduado em Letras pela UFRJ e Mestre em "Memória Social e Documento" pela UNIRIO. Autor do livro Olhar de Ifá e dos vídeos Deixa Falar: 100 anos de Ismael e Mulheres Guerreiras. Atua profissionalmente na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na fronteira das áreas de comunicação, cultura, memória e documentação.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário